Arriscava ser pedante, mas sem chegar perto de não ser sincero, dizendo que, sob a batuta do agora, metamorfoseava-se ao avesso, livrava-se das asas, dava adeus aos seus voos, despedia-se da suposta beleza compartilhada e construía o seu casulo de reentrada, d’onde só sairá após “evoluir” para larva. Amorfo, tão vazio quanto o virgem papel esperando o contato fálico da caneta do artista, punha-se novamente à vontade do acaso, o desenhista universal, o atemporal escultor, quiçá o Demiurgo. Caberia a ele apenas inspirá-lo, para que a obra completa seja um pouco dele amalgamado a muito do mundo.

Aos que não compreendessem esse retorno causal, restava seu aceno diligente e seu último olhar saudoso, marejado de nostalgia.

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