Arriscava ser pedante, mas sem chegar perto de não ser sincero, dizendo que, sob a batuta do agora, metamorfoseava-se ao avesso, livrava-se das asas, dava adeus aos seus voos, despedia-se da suposta beleza compartilhada e construía o seu casulo de reentrada, d’onde só sairá após “evoluir” para larva. Amorfo, tão vazio quanto o virgem papel esperando o contato fálico da caneta do artista, punha-se novamente à vontade do acaso, o desenhista universal, o atemporal escultor, quiçá o Demiurgo. Caberia a ele apenas inspirá-lo, para que a obra completa seja um pouco dele amalgamado a muito do mundo.
Aos que não compreendessem esse retorno causal, restava seu aceno diligente e seu último olhar saudoso, marejado de nostalgia.
Um texto sem duvida tridimensional,pois vc deixa aparente varias nuances de diversos sentimentos. Saudade,Lembranças,pensamentos quartados que só poderiam ser expostos assim em um texto ,tenha sim esperança de dias melhores.Porque na minha historia,para chegar aonde eu estou hoje tive de atravessar o inferno a pés descaço.Pense nisso.
Se pudemos vencer a nos mesmos conseguiremos aceitar o outro melhor.Cada um mata seu mostro,seja ele o que for.
Me identifiquei bastante com esse seu texto. Belo!
Obrigado, lindas!
Mas devo ressaltar, Srta. Iasmin, que, ao contrário do que possa parecer, não estou a procura de dias melhores, estou a procura de um Vicente melhor. Não é característica exclusivamente minha tentar buscar um bom dia pronto, envelopado e etiquetado com o nosso nome. Mas a verdade é que não é assim que as coisas realmente funcionam. Somos todos entes conscientes, agentes de mudança e temos – apesar de ter esquecido – uma capacidade viral de mudar o nosso meio, a nossa história e nós mesmos. E é disto que estou em busca.
Não há tristeza em meu olhar, nem angústia, tampouco frustração ou dor em meu espírito, há apenas um cáustico desejo desperto de me reinventar e fazer com que minha passagem por este mundo seja um passeio de marcas perpétuas.
Beijos!
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simplesmente doloroso, poético,profundo, harmonioso. Muito bom!!!!!!
Profundo pensar-sentir, poeta!
LindaMente visceral esse hetero-auto-encontro! Ressignificando o “tônus niilista da existência” o brado eloquente da dicotomia faz o grito querer mais… quer o eco do pouso das asas na boca incandescente do Aqui-Agora. E o que temos é a impermanência do infinito mergulho… Poucos se habilitam!!