Adoro quando ela me olha de soslaio! Quando me perco naquelas prismáticas esferas castanhas ladeadas de negro, naqueles fugidios olhos que mais parecem um panegírico cunhado por deuses artistas. Seu olhar é um premente sortilégio, uma mágica luz que dissipa o juízo evanescente. O fugaz toque daqueles olhos nos meus são como um cáustico beijo na pálida fronte da companheira solidão, é o vento que sopra toda a cortina rota da misantropia para debaixo do tecido veludo da suma participação.
Sem hipérbole, esse texto é um dos mais lindos que já li. Pequeno e riquíssimo. Sortuda é aquela a quem você se refere com tamanhos adjetivos. Lindo!
Ah, Melissa… além de linda, inteligente e de uma magia léxica incrível, você ainda reserva gentilezas.
No entanto estas minhas palavras são apenas um reflexo dos meus intentos, das minhas aspirações e dos meus devaneios até então não compartilhados. Não sei se a dona desses olhos existe e muitos menos se algum dia aparecerá, não sei que cor do espectro cromático se fundirá ao meu reflexo quando eu mergulhar nesse olhar. E este, ao contrário do que pode pensar o status quo, não é um sonho que traz consigo a capacidade de frustrar, mas antes, a capacidade de manter acesos a centelha da paixão e o fogo do amor: é inspiração, motivo e sentido. Enfim, esses olhos castanhos só existem atrás desses olhos verdes aqui. =)
Eu realmente fiquei impressionada com as coisas que tu escreve, e mais impressionada ainda por tu ser de GO. Enfim, acho que tenho mais um blog pra visitar todos os dias agora 🙂
Obrigado pela visita, Pri! Será um prazer tê-la em minha taverna! Tu também é de Goiás?
Sim, sou de Goiania até o ano que vem kk
Praticamente vizinhos, então! Bom saber que existe alguém que tão bem, assim, por perto.
Beijo!
Belíssimo e reflexivo, poeta alado!
Remete-me ao “O Retrato de Dorian Gray” (Oscar Wilde)… Espelhados, rodomizados no “eu-outro” sorvemos a dicotomia do desejo de ser-saber e metaforicamente dançamos nessa alternância “(…) fugaz toque daqueles olhos nos meus são como um cáustico beijo na pálida fronte da companheira solidão (…)” Ao tocar a Estátua de Sal… a sede do mergulho e a marca da transmutação.
É com espanto e – nem um pouco velado – prazer que me surpreendo com a forma você destrincha de forma tão própria e cheia de propriedade os meus constructos metafóricos. Obrigado pela leitura e pela leitora.
Um beijo!