Acordou sem saber onde estava
Na verdade, será que dormia?
Como sonhos são para poucos
Pesadelo era o seu dia-a-dia
Deveria ser como os outros
No vil proscênio da vida
Que crime ser ela mesma
Uma violência contra a maioria
Existir não lhe bastava
Ela queria mesmo era ser
E se equalizar com a maioria
Lhe doía mais que não viver
Sua identidade definharia
Se não a pudesse transparecer
Ser apenas mais do mesmo
Era respirar um eterno morrer
Não me encontre
Quando eu quiser naufragar
Não me corrija
Quando eu errar por querer
Não rascunhe
O que eu devo usar
Não rasure
O meu mode de ser
Não simplifique
Meu complicado pensar
Não padronize
O meu ganhar ou perder
Desista
De me arquitetar
Pois sou caos
Ordem, ato e poder
Lembrou que estava em casa
Sob o teto que a entendia
Aquelas estranhas paredes
Suas verdadeiras amigas
Mas era hora de cair na rede
Um sorriso enlevado abria
Começaria o seu não ser
A personagem que o mundo via
Estranho, sair e se encarcerar
Um escafandro pelas ruas
Mas o aço que interpretava
Não calava sua vontade nua
Se não era, se insinuava
O desejo de ser era ranhura
Onde fugia do papel no qual
Era de todos, não era sua
Não me encontre
Quando eu quiser naufragar
Não me corrija
Quando eu errar por querer
Não rascunhe
O que eu devo usar
Não rasure
O meu mode de ser
Não simplifique
Meu complicado pensar
Não padronize
O meu ganhar ou perder
Desista
De me arquitetar
Pois sou caos
Ordem, ato e poder