Mergulhei naqueles olhos
Já na primeira vez que a vi
Eram gemas raras, mundos novos
Espelhos do melhor de mim
Eram meu futuro, que óbvio
O infinito que eu senti ali
Labaredas escuras, vivos fogos
Impossíveis de se resistir

E quando neles eu me perdia
Sua voz doce me encontrava
Era um canto de magia
Cada verbo que falava
Um sortilégio de alegria
Que minh’alma encantava
Era a pura fantasia
Que há tempos eu buscava

Enquanto sua voz me atingia
Seus belos lábios me atiçavam
Com voluptuosa harmonia
Aos poucos me convidavam
Resistir era uma mentira
Que os meus não aceitavam
Minha sublime epifania
Veio quando, aflitos, se tocaram

E que beijo mais incrível
Tão doce e molhado
Nossas línguas em fogo vivo
Eram desejo encarnado
Dançavam ao som do riso
Silencioso daquele abraço
Experimentavam-se com tino
Aos poucos se emancipavam

E naquela noite prima
Vislumbrei dias claros
Aquele paraíso que eu via
Era sonho em letargo
Mas tudo que eu sentia
Descongelava o frasco
De onde o futuro surgia
Sem ter tido um passado

Mas o tempo é uma criança peralta
E Sua dose, por dias me negou
Quando esse doce vício passava
Quando meu céu já se desestrelava
Numa tarde ensolarada
Ela, do nada, voltou

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