Vejo que a treva da noite,
Excêntrica dama de virtudes turvas,
Com suas mãos rubras brandindo a foice
Dos desejos comuns à velha procura,
Comparada a nós é intensa alvura.
Pois somos o medo, nossa íntima escória,
Efêmera beleza de uma coletiva feiúra.
Cegos vagando pelos confins da história,
Somos, do mundo, uma curta memória.
Mas há em cada um uma luz profunda
Que emerge do heu de nossa paranoia,
O paraíso, onde o inferno se funda.
Também há o amor, verdugo do nunca,
Luzeiro perpétuo dos caminhos mágicos.
Dele alimentamos a chama diminuta,
Que logo consome o corpo abrilhantado.
Somos, no fim, espelhos não olhados
Refletindo o eco de um inexistente vazio,
Quando o que temos é o universo vasto
Que nos torna senhores de nosso próprio destino.
“Vejo que a treva da noite,
Excêntrica dama de virtudes turvas
Com suas mãos rubras brandindo a foice” Perfeito. Viagei fundo na sua poesia.
Eu fico até constrangida ante alguém que escreve tão bem.
Você devia escrever um livro de poesias, sério.
“Somos, do mundo, uma curta memória.”
“Somos, no fim, espelhos não olhados
Refletindo o eco de um inexistente vazio”
Isso é uma das coisas mais lindas que eu já li.
Tuas letras facinam-me.
Teus versos… me teletransportam para a porta que há em teus pensamentos!
não queira-me mal, pois oque digo aqui, é inoscente. 🙂
As palavras se unem em teus versos, e a confusão e euforia que há nelas, só completam a sinfonia invisivel de cada poesia. ^^
não é a toa que vai para meus favoritos. ^^
Não encerre nunca teus escritos!
🙂
forte abraço, querido, ainda anonimo amigo. 🙂
Menino, tu és exencia magnifica da vida. compreendes o seu obscuro tal qual uma luz no fim do tunel. carrega com você a chama e a certeza de pra que ela brilha. parabéns!
Sempre com gentis comentários! Obrigado, Andréa!