SALAMANDRA
Eu parecia estar morto
Vivendo de sobras do passado
Mas aqueles olhos, tipo porto,
Eram céu por si iluminado
Troquei melancolia por flores
O deserto por paraíso reinventado
Dei cabo aos medos e dissabores
Ressurgi das cinzas, meio alado
Você não fazia qualquer sentido
Parecia invenção de um lunático
Meu Éden coberto de libido,
Você é calor de um fogo mágico
Me queime,
Me devore com o seu ardor
Me queime,
Me incinere sob o seu amor
Me queime,
Me faça suar em seu rubor
Me exploda,
Me deixe ser seu propulsor
Como o sol que aquece a terra,
Faz cada estação do meu corpo
Você é pulsar que me encerra
Nas labaredas de um céu louco
Seus olhos refletem o infinito
O para sempre que se apresenta
São os mais belos versos ditos
Ao nu olhar que lhes enfrenta
Seus lábios devoram mundos
Com o magma que deles flui
Dos mistérios mais profundos
São os mais belos em que fui
Sendo a estrada que vou cruzar
E a terra selvagem que desbravei
Você não para de me queimar
E sou seu combustível, agora sei
Me queime,
Me devore com o seu ardor
Me queime,
Me incinere sob o seu amor
Me queime,
Me faça suar em seu rubor
Me exploda,
Me deixe ser seu propulsor