É verdade que vago.
Os caminhos são
as mesmas e velhas
novas tentativas.
Mas me encontrar é raro,
pois caminho com
pernas que (estranho…)
não são as minhas.
Mesmo sabendo, não paro.
Não posso.
Não me deixam.
É a regra-mor da grande partida,
do jogo veloz de um mundo raso.
Trazem-me loucura,
quando vislumbro a sanidade,
quando vejo a afável mentira.
Daí retorno-me ao casco,
onde posso ser louco
sem que assim me chamem.
De volta à estúpida família!
E como ser esfera num mundo de dados?
Como se tornar ex-fera?
Como ter uma única face?
Como ser, da massa, a ilha?
E é por isso que vago.
A esmo, dou-me à sorte.
Com um pontapé no super-ego,
desvencilho-me da trilha
e enveredo-me, alado.
Trafego as estrelas
sem perguntar os seus nomes
e dispenso qualquer guia.
Me perco em seu leito vasto,
copulo com o infinito
na esperança (vil)
de gerar a fantasia.
Nela, retomo meus passos.
Olhos despertos
e mente escancarada.
Faço do eu a minha própria dinastia.
É bem verdade que vago.
Governo o reino
de nenhum súdito,
o vilarejo da selva da vida.
Sou, do universo, o dardo
lançado pelo tempo,
seta em movimento
sem volta, nem ida.
Ah como é bom ler tudo isso!!
Belo cmo sempre!!! Abraço Vicente!!!!
tuas palavras me inspiram! ^^
continue assim!
como sempre, amei seu texto!
beijo!
Mesmo que eu não chegue a lugar algum, isso me faz seguir um rumo.
“Sou, do universo, o dardo
lançado pelo tempo”
Vicente, você escreve lindamente!
O Vicente some e aparece com uns poemas lindos, mas digo, não precisa sumir daqui, tu sempre é tão bom com as palavras, é encantador. 🙂
Cortante, dilacerante, confortador…
É tão bom ler o que você escreve Vi, rs.
Você é MARAVILHOSO!!
Olha você sendo gentil!
Obrigado, Andréa!
Caro autor, já arranhei muitas páginas. Tentei o suficiente para apreciar, nos bons, a maestria. Do canto, da mesa mais escura, observo o quanto são singulares as figuras que, por aí, vagam. Depois de mais ou menos um ano, achei que hoje que seria oportuno fazer um comentário, justamente em um dos textos que eu mais aprecio. Não sei o motivo. Talvez motivado pelas suas visitas ao meu (quase abandonado) ‘espaço literário’. Sabe como são estas páginas virtuais empoeiradas com as quais diariamente nos deparamos… muitas vezes parecem distantes e frias. Sem mais devaneios, quero que receba um admirado aperto de mão e, caso julgue adequado, um caloroso abraço de formiga.
Parabéns pelos textos. É bom ‘ler’ quem verdadeiramente escreve. E obrigado pelos comentários.
“Amigo” de taverna.
Abraço, meu nobre e icônico visitante! É engraçado, mas este é um dos meus escritos que mais gosto. Sempre que o releio encho-me de velhos vapores e novas inspirações.
Volte sempre e encha a caneca, caro espectro pensante!