— Epifânico! – jubila-se meu íntimo
É que a aurora centelhou seu fogo
Eis o anjo que me devolve ao todo
A pira que me livra do medo ínfimo
Panaceia da memória dos meus ais
Você é, dentre todas, absoluto arrimo
Da geografia deste espírito, o cimo
Fôlego que, aos beijos, me inspira vendavais
Seu toque urente, em minha pele arde
Dos seus lábios, os meus pedem mais
Pois fez de mim seu amante salaz
Cuja volúpia já é minha arte
Sou sua morada e você é o meu castelo
No bis das horas é minha terna novidade
Voz que se anuncia tão cedo quanto tarde
Nas paredes inócuas desse pesadelo tão belo
(Re)sinto os solfejos vindos da minha alma
Ao gozar da gênese deste façanhoso elo
Ao enxergar seu rosto, mesmo quando cego
Ao ver em seus olhos a virtude que acalma
Percebo agora que o medo que eu sinto
É da indizível coragem que me embriaga
Da certeza que sinto em seu falar de maga
De quando me perco em seu olhar-labirinto
Te toco como um músico virtuose
Interpretando a sinfonia de uma vida
E em cada nota, reinvento um toque
Assim nossa partitura se orna em dita
Rogo-lhe que me ensine a voar não tendo asas
Que, aos poucos, me inspire canções desveladas
E que seu laço me ensine a amar sem amarras
E então volta o Sir Vin,
Arrasou como sempre, nas belas e breves gentis palavras. ” Me ensines a voar mesmo não tendo asas..”
Muito Bom!
Se cuida!
Filosófico como sempre…o medo…é da indizível coragem…o sentido é grande…
Grande Sir Vi.
Que bom que voltou *__*
Que saudades eu estava, de ler-te!
Lindo!
Medo, paixão, desejo, amor… Uma mistura justa e difícil de sentimentos.
Sempre belas a suas palavras.
=D
Parabêns!
O merecer de sinceros sentimentos nem sempre são correspondidos devidamente. Infiéis são os que dizem e não cumprem, os que tocam com ternura e rasgam em cólera… Complexidade no simples pensar. ^^ Lindo!
A espera que tanto dói, intensifica a depressão do sonhar acordado. =*
Com esse poema você alcançou o Uno, a divindade, a metafísica, a tríade…
Mas há um quê de volúpia em seus versos, principlamente esse último que definiu sensações carnais com um toque forte de transcendentalismo.
Pelo menos é isso que senti.
Como Sartre dizia, a pessoa faz uma obra, cada leitor a interpreta de uma maneira.
talvez por eu estar ligado com os poetas fesceninos, nessa linhagem erótica e transgressiva vejo muita lasciva em seus poemas.
Mas neles tem algo fantástico que ainda não atingi: a elegância. Ainda sou muito xulo, torpe, nojento…
Um dia alcançarei a divindade também com minha arte(assim eu desejo)…
Você sir Vincent, já ultrapassou todas as barreiras e frustações.
Parabéns!
você dança DIVINAMENTE com as palavras.
explêndido!